Andry levava a vida de um perseguido na Venezuela de Maduro quando decidiu trocar o seu país pelo sonho americano. Em má hora. Expulso por Trump para El Salvador, tudo o que se sabe dele, e de centenas de outros sonhadores, é que está metido numa prisão de alta segurança na selva da América Central.
Malquerido por ser homossexual e travado na ambição de maquilhador e estilista, coisas malvistas na pequena Capacho Nuevo, a vila natal, de 30 mil habitantes, do Estado de Táchira, Andry ainda conseguiu entrar nos Estados Unidos, em Agosto do ano passado, e uma entrevista enquanto requerente de asilo. Mas já não passou do centro de detenção de San Ysidro, onde aguardava, aliás com boas expectativas, que o recebessem no dia 17 de Março. Acusado de ser membro de uma organização criminosa por ter uma cobra tatuada num braço, foi expulso com centenas de outros venezuelanos para El Salvador e metido no Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), a megaprisão do presidente Nayib Bukele para os piores dos piores.