Germán Caravano, o ministro argentino a quem coube a tarefa de ir a Washington receber os segredos que os Estados Unidos guardaram durante quarenta anos sobre a ditadura de Videla, não escondeu a emoção quando os recebeu sob a forma de discos compactos. As palavras saíram-lhe a custo, metade em inglês e a outra metade em castelhano. Mas percebeu-se tudo. Falou de um «acontecimento histórico» e de informações que vão permitir continuar com processos, uns a derrapar, outros parados, outros por começar, sobre o lado mais «obscuro» da história do seu país, onde, afinal, é titular da pasta da Justiça.
Foi em meados de Abril, poucos dias depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter mandado uma carta ao homólogo argentino, Maurício Macri, anunciando-lhe que ia divulgar milhares de documentos sobre o golpe militar de 1976 e o que se seguiu durante sete anos. A «maior divulgação de documentos da história do Governo dos Estados Unidos» cedida a um governo estrangeiro, disse ele.