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Desde Abril de 2023, o Sudão está lacerado por uma sangrenta guerra civil que opõe o exército regular sudanês (SAF, sigla em inglês) às Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês). O violento conflito já causou dezenas de milhares de mortos, deslocou 13 milhões de pessoas, mergulhou parte do país na fome e favoreceu uma epidemia de cólera. Actualmente, ambas as partes recorrem a armas pesadas e utilizam-nas em zonas povoadas. No passado dia 17 de Junho, a Missão Internacional Independente de Investigação, criada em 2022 pelo Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, alertava para o aumento da violência, fome e abuso sexual em plena intensificação dos ataques. «Os civis continuam a pagar o preço mais alto», enquanto o conflito «se tornou cada vez mais complexo e cruel», afirmou Mohamed Chande Othman, presidente da missão. «O que está a acontecer no Sudão não é apenas uma crise humana. É uma crise da humanidade», acrescentou Mona Rishmawi, também membro da missão, citando a amplitude da violência sexual, os ataques contra os trabalhadores humanitários e o uso da fome como arma de guerra.