Cultura
12 agosto 2020

Arte contra a pandemia

Tempo de leitura: 9 min
A luta contra a covid-19 tem surgido como tema em diferentes manifestações artísticas, da música à arte de rua. No Senegal, artistas do rap, juntamente com outros músicos, sensibilizam e motivam a população para enfrentar a pandemia. Os grafiteiros também se uniram à campanha..
Carlos Bajo Erro
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Quando o Senegal registava a primeira centena de casos confirmados de covid-19, ainda não havia vítimas e onze pessoas já haviam recuperado da infecção, o palácio presidencial foi palco de acontecimentos insólitos e surpreendentes: o presidente da República, Macky Sall, recebeu em audiência os representantes do movimento Y’en a Marre e um grupo de artistas hip-hop do país. Muitos destes representantes são executantes do estilo musical rap, que, há menos de um ano, tinham posto a sua música e popularidade ao serviço da contestação ao presidente, durante a campanha para as eleições presidenciais. As letras dos rappers fizeram críticas duras e tentaram mobilizar o povo para evitar a reeleição de Macky Sall. O rap inspirou a união dos cidadãos diante de um inimigo comum, como explica Awadi, um dos decanos do rap senegalês.

Deste encontro com o presidente, nasceu a música Daan Corona, em que é evidente a mensagem da unidade. Participam vinte artistas. Entre os executantes estão os melhores do rap senegalês, com uma combinação de decanos do género – como Awadi, Duggy Tee ou Xuman; estrelas mais recentes: Dip ou Hamilton; jovens que ganham relevo: Samba Peuzzi ou Ngaaka Blinde; assim como músicos do movimento Y’en a Marre: Fou Malade ou Simon Kouka; e vozes femininas do rap senegalês: Oumy Gueye OMG, Moonaya ou Mamy Victory. Junto com as referências do hip-hop e para reforçar a ideia de unidade, participam alguns dos pilares da música popular senegalesa mbalax, como Youssou N’dour ou Viviane Chidid.

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