Em 2013, quando o arcebispo de Buenos Aires e cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino veio do «fim do mundo» para ser o primeiro pontífice não europeu da Igreja Católica, a Santa Sé empregava 812 mulheres. Uma década depois, eram mais de 3000, representando um em cada quatro funcionários da Cúria Romana, segundo dados oficiais.
Se estes números, divulgados em 2023, são significativos, ainda mais é a relevância dos cargos de chefia que o argentino Jorge Mario Bergoglio atribuiu a pelo menos uma dúzia de religiosas e leigas durante os seus doze anos como Papa Francisco. Uma das nomeações mais «memoráveis», para o Estado da Cidade do Vaticano – oficializada em Fevereiro, nas primeiras 24 horas do seu internamento no Hospital Gemelli de Roma – foi a da irmã Raffaella Petrini, desde 1 de Março presidente da Pontifícia Comissão (órgão legislativo) e do Governatorato (órgão executivo), cargos outrora exclusivos de clérigos.