
O seu primeiro trabalho missionário foi com migrantes africanos no sul da Itália. Depois, foi enviado para o Equador. Começou por trabalhar com os povos da Amazónia. Integrava uma equipa com padres, freiras, religiosos e leigos, que acompanhava cerca de 50 povoações na floresta. Ele e os outros missionários visitavam cada comunidade católica três ou quatro vezes ao ano. As comunidades reuniam-se para celebrar a fé e inspirar a sua vida a partir da Palavra de Deus e do exemplo de Jesus Cristo semanalmente sob a liderança de líderes leigos preparados pelos missionários.
A seguir, o padre Franco Nascimbene foi viver e trabalhar com afrodescendentes em Guayaquil, a segunda maior cidade do Equador. Ele e os seus colegas missionários combonianos viviam como os afros numa casa de palafitas na margem do rio Guayas, que desagua no oceano Pacífico. Optaram por uma vida austera: sem carro, sem televisão, sem frigorífico, sem telefone, sem computador, o que lhes permitiu viver com as portas abertas. Como muitas pessoas do bairro, também procuraram um trabalho para sobreviver: tornaram-se produtores e vendedores de leite de soja. E viram que com quatro horas de trabalho tinham o suficiente para viver... como pessoas pobres.
Este modo de vida permitiu-lhes uma experiência muito mais profunda de fraternidade. Os missionários e os vizinhos reuniam-se todas as semanas para refletir sobre a realidade que viviam e iluminá-la com a Palavra de Deus, o que se traduzia em gestos concretos de mudança na vida do bairro.
Atualmente, com 72 anos, o padre Franco está em Cali, na Colômbia, a acompanhar toxicodependentes do bairro Charco Azul. A sua missão é feita de solidariedade, proximidade com quem sofre, fraternidade... Os toxicodependentes ou algum familiar aproximam-se para conversar, pedir conselhos, procurar comida, pedir-lhe que vá visitar um doente. E ele também experimenta a fraternidade, «a ternura dos pobres», como gosta de dizer, como quando esteve doente, e os vizinhos apareciam sempre com almoço e jantar para ele.
