Escreveu, um dia, o poeta Fernando Pessoa: «A minha pátria é a língua portuguesa.» Anos mais tarde, escreverá Vergílio Ferreira, um grande romancista: «Da minha língua vê-se o mar.» E Pablo Neruda, no seu livro Confesso que vivi, também escreveu um texto importante. Diz ele que os conquistadores espanhóis do Chile cometeram grandes crimes, destruíram muita coisa, fizeram muito mal, «mas deixaram-nos um grande tesouro, o maior de todos: deixaram-nos a língua».
Tudo isto para vermos como a língua é o que um país tem de mais importante. A língua e a cultura (que têm de estar sempre associadas). Durante a II Guerra Mundial, quando foram pedir a Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, que fizesse cortes na cultura para ajudar ao esforço de guerra, ele só respondeu: «Se cortássemos na cultura, então estávamos a lutar por quê?» («What were we fighting for?»)