Margarite Barankitse, natural do Burundi, é uma mulher bela, com uma energia invulgar, em que se destaca o seu sorriso. Sorriso que desaparece quando relata as barbaridades a que teve de assistir no dia 24 de outubro de 1993. Nesse dia fatídico, assassinaram à sua frente 72 pessoas, durante a luta fratricida entre as etnias tutsi e hutu. A sua amiga Juliette, uma das vítimas da chacina, pediu-lhe, diante dos algozes, que cuidasse das suas duas filhas pequenas. Seguiram-se mais cinco órfãos.
«Fui à capela», recorda Maggy, «e disse a Deus: “Tu não és um Deus amoroso? Porque permites tanta dor?” Então, uma das crianças que eu tinha adotado disse-me: “Sim, Mamã, Ele é. Estamos aqui milagrosamente salvas”.»