
Tudo começou, diz-se, com Henry Ford (1863-1947), fabricante de automóveis norte-americano e inventor da linha de montagem, que em 1926 tinha 88 fábricas, empregava 150 mil pessoas e fabricava anualmente 2 milhões de carros. No início, o Sr. Ford queria o que todos queremos, carros seguros, bons e duráveis. Só que depressa concluiu que, para se manter na indústria automóvel, teria de os fazer menos duráveis. Reuniu-se, ao que se diz, com os seus engenheiros perante um famoso Modelo T e perguntou qual a peça mais durável. «Ah, é aquela ali e pode durar quarenta anos.» Perguntou então qual a menos durável. «É esta e pode durar meia dúzia de anos.» «Pois então», ordenou, «façam-nas todas para durar mais de meia dúzia, mas muito menos de quarenta anos.»
É isto a chamada obsolescência programada: os equipamentos (telemóveis, televisores, computadores, etc.) podiam durar muitíssimo mais, mas a indústria, desprezando os cidadãos, seus clientes, desprezando a sustentabilidade ambiental e até a racionalidade, produ-los para durarem muito menos tempo, para assim manter as vendas para sempre.
