Apesar de todo o interesse na inclusão profissional de deficientes mentais e cognitivos, poucos são os inseridos no mercado de trabalho, poucos são os que mantêm o emprego – não por falta de aptidões, mas muitas vezes por falta de acessibilidade e integridade por parte das empresas, que deixam transparecer, logo à partida, preconceito e estigma na sua contratação. Que é feito da famosa responsabilidade social das empresas? Entristece-me que o potencial de tantas pessoas seja desperdiçado desta forma e que não se possam sentir envolvidas e integradas na sociedade, exercendo uma profissão adequada às suas aptidões e interesses, uma profissão a que se possam lealmente dedicar. E porquê, se, afinal, no âmbito do que conseguem fazer, são colaboradores tão ou mais capazes do que pessoas sem deficiência e igualmente merecedores de oportunidades e respeito?
Para minha alegria, fiquei agora a saber que já há três estabelecimentos do Café Joyeux, inclusivo e solidário, em Portugal. Fui conhecer o de Cascais, moderno, acolhedor, situado na baía, na emblemática Casa das Riscas. Emprega pessoas com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento, sobretudo portadores de trissomia 21 e de perturbações do espectro do autismo. O atendimento é tão irrepreensível e brioso como em qualquer outro estabelecimento semelhante — mas com muito mais alegria. Très bien, Café Joyeux.
Para conheceres mais do projeto do Café Joyeux – que é muito mais do que servir bolinhos e café ou chá –, vê aqui: https://www.cafejoyeux.com/pt/.