Correu recentemente nas redes sociais, sempre ávidas da mentira, da ilusão e do engano, o boato de que a vacina da Moderna inclui luciferina, que é a molécula responsável pela emissão de luz de alguns insetos, como o pirilampo, crustáceos, celenterados, fungos dinoflagelados e bactérias. Trata-se de uma molécula utilizada em investigação científica porque quando encontra uma proteína chamada luciferase emite luz. Não é usada na composição de medicamentos e, ainda que o fosse, a sua baixa toxicidade não teria efeitos letais. Agora quanto à língua, que é do que se ocupa este espaço. Os termos «luciferina» e «luciferase» fazem lembrar que outra palavra, sabem? Nem mais: Lúcifer, também chamado o Anjo das Trevas. Ora, Lúcifer vem do latim Lucifer, este composto por lux (lucis) e ferus, «portador da luz». Ao que parece, na Bíblia Lúcifer veio traduzir o termo grego Phosphoros. Ou seja, tudo à volta da luz. E onde há luz há trevas.