Sala de convívio
17 outubro 2021

Anjos da guarda

Tempo de leitura: 2 min
Pensando bem, o nosso anjo da guarda existe sim, e assume muitas formas durante a nossa vida.
Margarida Leal
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Quando eu era muito pequenina, a minha mãe ensinava-me uma oração – que provavelmente todos conhecem – dirigida ao nosso anjinho da guarda. Recordo essa época com muito carinho, especialmente num mês em que, pelo que descobri recentemente, é dedicado precisamente aos Anjos da Guarda – o Dia do Anjo da Guarda é comemorado a 2 de outubro.

Sempre tive a ideia de que se fala mais destes seres durante a infância, numa tentativa de tranquilizar as crianças, dizer-lhes que nada de mal lhes acontecerá porque existe este anjo que estará sempre lá para as proteger.

É curioso que eu, considerada agora adulta por lei, continuo a querer muito acreditar na existência do meu anjo da guarda, de uma entidade que zela por mim. É ou não bom termos essa confiança de pensar que nunca estamos sozinhos, que nos maiores momentos de tristeza continuamos a estar protegidos? Quem diz que só as crianças podem ter medo? Todos temos e teremos sempre. Não nos deixemos enganar pelas caras corajosas que vemos por aí, até porque são essas que escondem as maiores lutas interiores.

Pensando bem, o nosso anjo da guarda existe sim, e assume muitas formas durante a nossa vida: há ou não pessoas a quem devemos a nossa vida, sem as quais seríamos incapazes de ter superado determinados momentos? Porque não acreditar que essas pessoas agiram e agem por ordem do nosso anjo?

Então, tenhamos a idade que tivermos, experimentemos rezar ao nosso anjinho, pedir-lhe que «guarde a nossa alma, de noite e de dia». Porque a crença de que a solidão nunca nos tomará traz paz e conforto, sentimentos que fazem mais falta aos adultos do que às crianças.

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Abril 2024 - nº 627
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