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11 dezembro 2025

Advento: O rebento do Concílio, sessenta anos depois

Tempo de leitura: 2 min
A proclamação da fé e a consciência de uma Igreja que sabe que não brilha com a sua própria luz. Um Concílio para relançar o anúncio do Evangelho no mundo secularizado.
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Sessenta anos

O Concílio Vaticano II, cujo 60.º aniversário recentemente celebramos, nasceu de uma constatação urgente e profunda: a crescente dificuldade em transmitir a fé nas sociedades de antiga tradição cristã, marcadas pelo desinteresse e pela secularização. A pergunta que moveu João XXIII a convocá-lo e Paulo VI a conduzi-lo foi, precisamente, como voltar a anunciar o Evangelho ao homem e à mulher de hoje.

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Ao longo das décadas, o legado do Concílio foi alvo de dois grandes equívocos. Por um lado, há quem o acuse de ser a causa da crise da Igreja, sonhando com um regresso impossível a uma “cristandade” do passado. Por outro, há quem pense que a resposta está numa adaptação da fé às mudanças da sociedade, através de reformas teóricas. Ambos os caminhos perdem o núcleo essencial do Vaticano II.

Cristo é a luz

Esse núcleo está claramente expresso na constituição Lumen Gentium: “Cristo é a luz dos povos”. A Igreja não brilha com luz própria; a sua missão é ser transparente, deixando resplandecer a luz de Cristo no mundo. Esta humilde consciência molda uma Igreja que rejeita a autorreferencialidade, não busca o poder temporal, vive a misericórdia, o diálogo e a opção preferencial pelos pobres, e testemunha um Deus que escolheu o caminho da pequenez e do serviço.

Novo Advento

Como referiu o Papa Francisco, o Concílio é como um “rebento” que brota de um tronco aparentemente seco: um sinal de novidade e vida gerada pelo Espírito Santo. Sessenta anos depois, não estamos perante um capítulo encerrado, mas no início de um caminho que todos somos chamados a percorrer. A receita do Concílio continua atual: uma Igreja missionária, em saída, que sabe que a força do anúncio não está nas suas estratégias, mas na sua capacidade de fazer brilhar, com humildade e coragem, a única luz capaz de iluminar toda a pessoa humana: Jesus Cristo.

 

Fonte: Vatican News e Wikipedia

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