
Educadores, estudantes e instituições foram convidados a redescobrir a vocação profunda de ensinar: a não apenas transmitir conteúdos, mas a formar pessoas. Na sua mensagem, o Papa afirmou que a verdadeira sala de aula é o coração — onde professor e aluno se encontram diante do Mistério da Verdade.
A partir de Santo Agostinho, Leão XIV propôs quatro palavras como pilares da missão educativa: interioridade, unidade, amor e alegria. A interioridade recorda que educar é ajudar o outro a entrar em si mesmo, a escutar o Mestre interior e a descobrir o sentido da vida. A unidade aponta para a dimensão comunitária da educação: ninguém educa sozinho, e toda a escola ou comunidade cristã é um “nós” que aprende em conjunto. O amor é o centro: sem ternura, paciência e cuidado, o ensino torna-se técnica fria. E a alegria — tantas vezes esquecida — é o sinal de quem educa com esperança, de quem sabe que cada aluno é um dom e não um problema.
O Jubileu culminou com um gesto histórico: a proclamação de São John Henry Newman como 38.º Doutor da Igreja. O Papa reconheceu nele um modelo de educador que uniu fé e razão, tradição e liberdade interior. Newman defendia que a educação cristã deve formar a consciência, iluminar o intelecto e abrir o coração à verdade. O seu lema — Cor ad cor loquitur, “o coração fala ao coração” — resume a essência do ato educativo e inspira o diálogo entre fé, cultura e mundo contemporâneo.
A proclamação de Newman no contexto do Jubileu não é coincidência: é um sinal profético. Ele encarna a síntese entre a mensagem do Papa e o ideal de uma educação integral, onde o conhecimento se torna sabedoria e a fé se faz cultura.
Num tempo de inteligência artificial, ruído digital e solidão juvenil, o Papa Leão XIV recorda que “o verdadeiro Mestre está dentro”. Educar é despertar a interioridade, reconstruir laços e acender alegria. Newman, com a sua vida e pensamento, mostra que educar é evangelizar — fazer da escola, da comunicação e da cultura lugares de encontro entre o humano e o divino.
Como professores e comunicadores, somos chamados a tornar a educação uma peregrinação do coração: um caminho onde razão e fé caminham juntas e onde cada pessoa é convidada a descobrir que a verdade, quando amada, liberta e faz viver.
