Reportagens
17 maio 2025

Mongólia: livre como os seus cavalos

Tempo de leitura: 8 min
Sem acesso ao mar e espremida entre dois países governados por regimes ditatoriais, a jovem democracia mongol procura seguir o seu próprio caminho. Tarefa nada fácil, tendo em conta a sua dependência económica de Moscovo e Pequim.
Paolo Moiola
Jornalista
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Do Gobi a Ulan Bator. No Gobi – considerado o sexto maior deserto do mundo em extensão –, a temperatura média anual é de 8,5 ºC e a precipitação não ultrapassa os 50 milímetros por ano. No entanto, o termo «deserto» pode ser enganador. Ao transitar das estepes para o Gobi, uma das primeiras impressões diz respeito aos animais: é verdade que há mais camelos, mas também não faltam cavalos e cabras. A segunda impressão prende-se com a morfologia: encontram-se colinas rochosas e quilómetros de dunas de areia cor de ocre, mas também oásis verdes e pastagens. No Inverno, pode até cair neve. 

Também devido a essa diversidade paisagística, o Gobi atrai turismo internacional, como demonstram os numerosos grupos de viajantes sul-coreanos que aqui encontramos. Além disso, é um verdadeiro paraíso da paleontologia, visto que nesta região foram descobertos – e continuam a ser encontrados – fósseis de dinossauros com milhões de anos. Podemos ter um vislumbre desse passado em Dalanzadgad, capital da província de Ömnögovi [que significa «Gobi do Sul»], no seu rico museu de história natural. Estas atracções, contudo, não devem fazer esquecer os problemas. O deserto do Gobi – tal como toda a Mongólia – está a sofrer as consequências das alterações climáticas. O aumento das temperaturas e a maior frequência de períodos de seca estão a acelerar a desertificação e, com ela, a perda de biodiversidade do ecossistema.

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Artigos
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EDIÇÃO
Maio 2025 - nº 757
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