Apesar dos milhares de línguas naturais que existem no mundo (já houve mais, porque vão desaparecendo com a morte dos seus falantes), há séculos que o homem sente necessidade de inventar línguas artificiais. Só nos séculos xvii e xviii, contaram-se por dezenas as tentativas de criar uma língua lógica universal que evitasse as diferenças semânticas e que ajudasse a chegar a conclusões indiscutíveis. Nas últimas décadas, as tentativas vieram quase todas pela mão de romancistas e realizadores de cinema em sagas fantásticas, que por vezes contrataram ideolinguistas, que são pessoas que inventam línguas artificiais. Assim, o klingon, inventado pelo linguista Marc Okrand para a série O Caminho das Estrelas (Star Trek), que é uma das mais conhecidas e populares, com traduções de obras de Shakespeare, dicionários e até obras originais, além de cursos (!) de línguas.
A pioneira, contudo, está bem lá atrás no tempo: foi a monja beneditina alemã Hildegarda de Bingen (1098-1179) a primeira pessoa a inventar uma língua, semelhante ao latim, para denominar tudo o que se conhecia então. Foi uma primeira tentativa, e menos sistemática, porque não passava de uma lista com mais de mil palavras. A autora parece não ter completado a tarefa, que deixou em dois manuscritos,