Actualidades
20 setembro 2019

Violência sexual é uma realidade diária no Sudão do Sul

Tempo de leitura: 2 min
Violadores ficam impunes se se casarem com a vítima
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A violência sexual é uma realidade no Sudão do Sul e tudo o que os juízes conseguem fazer quando um caso de violação chega ao tribunal, é condenar o autor a casar-se com a sua vítima.

A denúncia é da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos no Sudão do Sul, que destaca que práticas como violações individuais ou coletivas, mutilação sexual, sequestros e escravidão sexual bem como assassinatos, tornaram-se comuns no país.

“No Sudão do Sul, os ataques sexuais são tão comuns que as mães estão a ensinar as suas filhas a sobreviver às violações, de modo a minimizar a violência”, relatou a presidente da Comissão, Yasmin Sooka, em sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.

Sooka diz que “o prolongado conflito no Sudão do Sul teve um impacto mais profundo sobre as mulheres e meninas, que sofrem com a violência sexual praticada por forças do governo e da oposição”.

A especialista em direitos humanos observa que milhares de jovens são recrutados com a promessa de que poderão saquear os vilarejos e violar as mulheres e raparigas, ao invés de receberem um pagamento.

“Estes não são incidentes aleatórios de violência sexual, mas um padrão sistemático disseminado e característico do conflito no Sudão do Sul, onde a violação e a violência sexual são usadas como uma tática de guerra contra mulheres e raparigas por todas as partes em conflito para semear terror e medo entre a população civil”, conclui Yasmin Sooka.

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