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15 novembro 2019

«A esperança dos pobres jamais se frustrará»

Tempo de leitura: 5 min
Dia Mundial dos Pobres é celebrado no domingo, 17 de novembro
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O Papa Francisco presidirá à Missa do III Dia Mundial dos Pobres, na Basílica de São Pedro, no domingo, 17 de novembro.

«A esperança dos pobres jamais se frustrará» é o tema da mensagem do Papa que serve de inspiração para as celebrações em 2019.

“Estas palavras são de incrível atualidade. Expressam uma verdade profunda, que a fé consegue gravar sobretudo no coração dos mais pobres: a esperança perdida devido às injustiças, aos sofrimentos e à precariedade da vida será restabelecida”, lê-se na mensagem.

Nas palavras de Francisco, “o salmista descreve a condição do pobre e a arrogância de quem o oprime. Invoca o juízo de Deus, para que seja restabelecida a justiça e vencida a iniquidade. Parece ecoar nas suas palavras uma questão que atravessa o decurso dos séculos até aos nossos dias: como é que Deus pode tolerar esta desigualdade? Como pode permitir que o pobre seja humilhado, sem intervir em sua ajuda? Porque consente que o opressor tenha vida feliz, enquanto o seu comportamento haveria de ser condenado precisamente devido ao sofrimento do pobre?”

E refere que “no período da redação do Salmo, assistia-se a um grande desenvolvimento económico, que acabou também – como acontece frequentemente – por gerar fortes desequilíbrios sociais”.

“A realidade, hoje, não é muito diferente!... Passam os séculos, mas permanece imutável a condição de ricos e pobres, como se a experiência da história não ensinasse nada. Assim, as palavras do salmo não dizem respeito ao passado, mas ao nosso presente submetido ao juízo de Deus”, salienta o Papa.

No entanto, o Santo Padre escreve que “por vezes, basta pouco para restabelecer a esperança: basta parar, sorrir, escutar”.

“Os pobres salvam-nos, porque nos permitem encontrar o rosto de Jesus Cristo… No coração do Povo de Deus em caminho, palpita esta força salvífica que não exclui ninguém, e a todos envolve numa verdadeira peregrinação de conversão para reconhecer os pobres e amá-los”, diz o pontífice.

“O Senhor não abandona a quem O procura e a quantos O invocam; «não esquece o clamor dos pobres» (Sal 9, 13), porque os seus ouvidos estão atentos à sua voz. A esperança do pobre desafia as várias condições de morte, porque sabe que é particularmente amado por Deus e, assim, triunfa sobre o sofrimento e a exclusão. A sua condição de pobreza não lhe tira a dignidade que recebeu do Criador; vive na certeza de que a mesma ser-lhe-á restabelecida plenamente pelo próprio Deus. Ele não fica indiferente à sorte dos seus filhos mais frágeis; pelo contrário, observa as suas fadigas e sofrimentos, para os tomar na sua mão, e dá-lhes força e coragem. A esperança do pobre torna-se forte com a certeza de que é acolhido pelo Senhor, n’Ele encontra verdadeira justiça, fica revigorado no coração para continuar a amar” escreve.

Na conclusão da mensagem, o Papa recorda que “aos discípulos do Senhor Jesus, a condição que se lhes impõe para serem evangelizadores coerentes é semear sinais palpáveis de esperança” e diante dessa afirmação, pede a todas as comunidades cristãs e a quantos sentem a exigência de levar esperança e conforto aos pobres, que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade. Acompanhem-nos as palavras do profeta que anuncia um futuro diferente: «Para vós, que respeitais o meu nome, brilhará o sol de justiça, trazendo a cura nos seus raios».

O Santuário de Fátima vai associar-se ao Dia Mundial dos Pobres, promovendo no domingo uma peregrinação e oferecendo um almoço para um grupo de 70 pessoas.

À Imagem dos anos anteriores, após a Missa, o Papa vai almoçar com um grupo de 1500 pobres, da Itália e de vários países europeus.

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