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09 dezembro 2019

Postulantado de Kisangani prepara 40 jovens para a vida missionária

Tempo de leitura: 3 min
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Com votos de um Santo Natal e Feliz Ano Novo, quero unir-me a cada um de vós no desejo de construir um mundo melhor, onde a mensagem que Jesus nos trouxe possa transformar o coração de cada um de nós a fim de cuidarmos da nossa casa comum.

Depois de umas longas férias devido a problemas de saúde, pude regressar à Rep. Democrática do Congo no dia 20 de novembro.

Este ano o Postulantado de Kisangani, onde me encontro, conta com 40 jovens que se preparam para a vida missionária e quatro formadores, dois jovens sacerdotes congoleses, um italiano com 82 anos e eu que para lá caminho. A tarefa que nos foi confiada não é fácil, pois exige discernimento, serenidade e constância para poder acompanhar estes jovens.

Aqui a situação no Congo continua a degradar-se a nível político, social e económico. Grupos armados continuam a fazer razia no nordeste do país, sobretudo no território de Beni, onde estão cometendo um verdadeiro genocídio, perante o silencio da comunidade internacional, sem que as forças amadas congolesas e os capacetes azuis deem uma resposta adequada, a ponto de se perguntar se estão a favor da população ou ao lado dos grupos armados para destabilizar essas zonas e apropriar-se das riquezas desses territórios que as pessoas abandonam.

Os produtos de primeira necessidade, em alguns casos aumentou 100%, devido ao abandono dos campos, por causa da insegurança, e ao estado caótico das estradas. Com o novo presidente ficou a promessa que a escola seria gratuita, mas pelo contrário, as famílias, cada vez mais empobrecidas, se querem que os seus filhos estudem têm que pagar os professores. A nível religioso as seitas continuam a aumentar, havendo neste momento mais de 10 000.

Contudo, o povo continua a manifestar a sua fé e a acreditar que um dia será melhor, como o povo hebreu depois de uma história atribulada, uma pequena minoria não deixou de acreditar na vinda do Messias.

 A liturgia é celebrada com esmero, na preparação da Palavra de Deus e nos cânticos. Contudo, há dioceses que estão reduzidas ao bispo e a alguns sacerdotes e catequistas, pelo que a evangelização continua a ser um grande desafio.

Quero deixar uma palavra de sincero agradecimento a todos quantos partilharam algo com este povo quando estive de férias, colegas, familiares e amigos e que o Deus Menino, com a Sua Mãe e S. José vos ajude nas vossas lutas diárias e, sobretudo, dê conforto e paz àqueles  que carregam o peso da idade ou da doença.

Unidos na oração, um abraço amigo

Padre José Arieira

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