“O mundo está a perder a corrida contra as alterações climáticas”. Foi com esta frase que o secretário-geral das Nações Unidas (ONU) deu início ao seu discurso na Cimeira do Clima (COP 25), em Madrid, no dia 12 de dezembro, penúltimo dia do encontro mais importante sobre o clima.
António Guterres salientou que no ritmo atual, o mundo pode esperar um aquecimento entre 3ºC e 4ºC até ao final do século, mas que é possível “escolher outro caminho.”
O chefe da ONU disse que o próximo ano será crucial para agir contra as mudanças climáticas e desafiou os países a cumprir os compromissos do Acordo de Paris e a transformar a economia cinzenta em verde.
No mesmo dia, discursou a jovem ativista Greta Thunberg que apresentou alguns dados globais sobre emissões de CO2: 100 empresas são responsáveis por 71% das emissões globais. Os países do G20 representam quase 80% do total de emissões. Os 10% mais ricos da população do mundo produzem metade das nossas emissões de CO2, enquanto os 50% mais pobres representam apenas um décimo.
A sueca de 16 anos, que esta semana foi eleita “Personalidade do Ano” pela revista Time, ironizou ao dizer que, “de facto, temos algum trabalho a fazer, mas alguns mais que outros”.
Greta ainda acusou líderes políticos e empresariais de procurarem maneiras inteligentes para não tomarem medidas reais, como “contar em dobro as reduções de emissões, mudar as suas emissões para o exterior, voltar atrás nas suas promessas de aumentar as ambições ou recusar-se a pagar por soluções, perdas e danos”.
“O verdadeiro perigo é quando políticos e diretores de empresas fazem parecer que uma ação real está a acontecer quando, na verdade, quase nada está a ser feito além de contabilidade criativa e propagandas inteligentes”, assinalou.
