O Papa Francisco assinalou hoje, Quarta-feira de Cinzas, o início da Quaresma, caminho de quarenta dias em direção à Páscoa e “rumo ao coração do ano litúrgico e da fé”, e declarou que é hora de desligar os ecrãs e abrir a Bíblia: “A Quaresma é o tempo propício para abrir espaço à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É tempo para desligar-se do telemóvel e conectar-se ao Evangelho”, referiu.
Francisco disse que a Quaresma também é o tempo de se dedicar a uma “ecologia saudável do coração” e “fazer uma limpeza nele”: “Vivemos num ambiente poluído por muita violência verbal, por muitas palavras ofensivas e nocivas, que a rede amplifica.”
O pontífice explicou que estamos acostumados a ouvir tudo sobre todos e corremos o risco de cair num “mundanismo que atrofia o nosso coração” e não há desvio para curar isso, “mas apenas o silêncio”.
“Lutamos para distinguir a voz do Senhor que nos fala, a voz da consciência, a voz do bem. Jesus, chamando-nos no deserto, convida-nos a ouvir o que importa, o essencial.
De acordo com o Papa, o deserto é o lugar do essencial. “Vejamos as nossas vidas: quantas coisas inúteis nos cercam! Perseguimos milhares de coisas que parecem necessárias e, na realidade, não são. Como seria bom livrarmo-nos de tantas realidades supérfluas… Jesus também dá o exemplo, no jejum. Jejuar é saber desistir de coisas vãs, supérfluas, para ir ao essencial. O jejum não é apenas para perda de peso, jejuar é ir ao essencial, é buscar a beleza de uma vida mais simples”.
Por isso, a recomendação do Papa para a Quaresma é: “oração, jejum, obras de misericórdia: eis a estrada no deserto quaresmal”.
