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12 janeiro 2023

Paixão pela evangelização

Tempo de leitura: 3 min
Francisco reforça rejeição de «proselitismo» e assinala que «a missão é o oxigénio da vida cristã».
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O Papa Francisco afirmou na audiência pública que decorreu no Auditório Paulo VI, no Vaticano, na manhã do dia 11 de Fevereiro, que «ser missionário, ser apostólico, evangelizar não é o mesmo que fazer proselitismo, não tem nada a ver uma coisa com a outra. É uma dimensão vital para a Igreja».

No início de um novo ciclo de catequeses, nesta ocasião dedicada ao tema da paixão pela evangelização, o papa começou por dizer que a evangelização é «uma dimensão vital para a Igreja: com efeito, a comunidade dos discípulos de Jesus nasce apostólica, missionária. O Espírito Santo plasma-a em saída, a fim de que não permaneça fechada em si mesma, mas seja extrovertida, testemunha contagiosa de Jesus – a fé contagia-se – destinada a irradiar a sua luz até aos extremos confins da terra».

E lembrou, que, no entanto, «pode acontecer que o ardor apostólico, o desejo de alcançar os outros com o bom anúncio do Evangelho, diminua. Quando a vida cristã perde de vista o horizonte do anúncio, adoece: fecha-se em si mesma, torna-se autorreferencial, atrofia-se. Sem zelo apostólico, a fé esmorece. Ao contrário, a missão é o oxigénio da vida cristã: a tonifica e a purifica».

Depois, Francisco iniciou o caminho de redescoberta da paixão evangelizadora, começando a reflexão a partir de um episódio do Evangelho, o chamamento do apóstolo Mateus, que o próprio narra no seu Evangelho (9, 9-13).

O papa alertou que os católicos «não devemos esperar ser perfeitos e ter percorrido um longo caminho atrás de Jesus para dar testemunho d'Ele; o nosso anúncio começa hoje, lá onde vivemos. E não começa procurando convencer os outros, mas testemunhando todos os dias a beleza do Amor que olhou para nós e nos fez levantar».

Francisco recordou uma expressão de Bento XVI que dizia: «A Igreja não faz proselitismo. Ao contrário, ela desenvolve-se por atracção». E contou um episódio da Argentina, onde chegou a um hospital um grupo de religiosas coreanas que não sabia uma palavra de castelhano, mas logo os doentes se sentiram amados porque com seus gestos e olhares tinham comunicado Jesus. «Esta é a atracção, contrária ao proselitismo», referiu o papa.  E concluiu afirmando que «este testemunho atraente e jubiloso é a meta para a qual Jesus nos conduz com o seu olhar de amor e com o movimento em saída que o seu Espírito suscita no nosso coração».

 

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A audiência concluiu-se com um novo apelo à oração pela paz na Ucrânia. «Não vamos esquecer a martirizada Ucrânia, sempre nos nossos corações; a este povo, que vive sofrimentos cruéis, expressamos o nosso afecto, a nossa proximidade e a nossa oração», disse.

Francisco esteve em silêncio, perante o ícone de Nossa Senhora do Povo, venerado na Bielorrúsia, rezando pela paz.

(Fotos e informação: Vatican News)

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