Opinião
25 fevereiro 2020

«Vinde a mim»

Tempo de leitura: 3 min
Como discípulos de Jesus aprendemos a fazer-nos próximos, dando a vida para fazer viver.
P. José Manuel Pereira de Almeida
Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde
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Na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente deste ano, o Papa Francisco afirma: «Queridos profissionais da saúde: qualquer intervenção de diagnóstico, de prevenção, de terapêutica, de investigação, de tratamento e de reabilitação há-de ter por objectivo a pessoa doente, onde o substantivo “pessoa” venha sempre antes do adjectivo “doente”» (n.º 4).

Em 2020, no contexto do Ano Internacional do Enfermeiro e da Parteira, gostaria de sublinhar a importância da relação dos diversos profissionais de saúde e dos voluntários que agem neste âmbito com as pessoas que estão doentes, apoiando-me na já referida mensagem do Papa Francisco.

Centro-me na reflexão apresentada que conclui o n.º 3: «Nesta obra de restabelecimento dos irmãos enfermos insere-se o serviço dos profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, colaboradores administrativos e auxiliares, voluntários – que, com competência, fazem sentir, nas suas acções, a presença de Cristo que proporciona consolação e cuida da pessoa doente tratando das suas feridas. Mas, também eles são homens e mulheres com as suas fragilidades e até com as suas doenças. Neles se cumpre de modo particular esta verdade: “Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, somos chamados a tornarmo-nos, por nossa vez, alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre” (Angelus, 6 de Julho de 2014)».

Como discípulos de Jesus, os profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, colaboradores administrativos e auxiliares, voluntários – cristãos, aprendemos com o Mestre, sabemos reconhecer o seu olhar e fazê-lo nosso, trazemos no coração o seu sonho, procuramos viver com Ele. Como discípulos aprendemos a fazer-nos próximos, dando a vida para fazer viver. Porque reconhecemos na nossa experiência existencial um amor que se inclinou sobre nós e nos mudou a vida, que nos abriu um caminho de humanidade impensada. Sabemos que não o merecíamos; não esquecemos termos sido acolhidos, perdoados, amparados, curados. Como que “vimos” o amor gratuito de Deus em Jesus.

O amor de Deus tornou-se história humana em Jesus e continua a fazer-se história humana no amor dos discípulos: «Nisto reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35).

No dia 11 de Fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes e, por isso, Dia Mundial do Doente, confiemo-nos, uma vez mais, a Maria, e confiemos-lhe as pessoas doentes de quem cuidamos para, como ela, sabermos todos acolher a Palavra de misericórdia que nos vem de Deus e podermos viver da sua força em cada dia deste novo ano. Vivamos com Jesus, que nos diz: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei» (Mt 11,28).  

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