É 6 de Maio, o Exército israelita voltou a entrar em Rafah, na Faixa de Gaza, de onde meio milhão de palestinos fugiram numa semana, e Rami Elhanan surpreende-se quando lhe perguntamos como está a celebrar este Dia da Memória do Holocausto.
O seu pai escapou aos horrores nazis em Auschwitz. Os seus avós, enviados para os crematórios da Europa, não sobreviveram. A sua filha Smadar – nome inspirado no Cântico de Salomão que significa «fruto da videira» – foi morta num atentado suicida do Hamas em 1997.
«Que pergunta pesada!», responde Rami, que se define «jerosolimita de sétima geração» (a sua mãe nasceu numa família ultra-ortodoxa na Cidade Velha de Jerusalém), soldado em três guerras – a de 1967, a de 1973 e outra no Líbano –, ex-director e um dos membros mais influentes da associação Parents Circle Family Forum (PCFF), que junta famílias enlutadas israelitas e palestinas.