Valores
14 outubro 2019

Educar as emoções

Tempo de leitura: 3 min
Se na tua escola te dissessem que iam ensinar-te o alfabeto das emoções, isso soava-te estranho ou agradava-te? A Audácia vai falar deste tema ao longo do novo ano letivo.
Abel Dias
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O que são as emoções? Se o sentimento é o modo como reages interiormente a um acontecimento, a emoção é a tua reação para o exterior. Sabes que estás a emocionar-te quando sentes um frio no estômago, ou as chamadas borboletas na barriga, ou choras ou ris sem parar, os tens taquicardia, tremes, desmaias, perdes a voz, ficas branco como a cal ou a tender para o vermelho de raiva...

Cientificamente, são quatro as emoções básicas: alegria, medo, raiva e tristeza. A alegria funciona como uma energia que te ajuda a encarar a vida com gosto e te ajuda a superar as dificuldades. Pelo medo, prevines-te contra perigos reais ou criados pelo inconsciente (por exemplo, paras a meio metro de um precipício); pela raiva (não confundas com ira), enfrentas os medos, vences os obstáculos; com a tristeza, sinalizas o que não te faz bem e dás sinais para que te ajudem a descobrir novas fontes de felicidade.

Alfabetizar as emoções

Alguém já te aconselhou a desprezar as emoções? Pode acontecer em família, quando criticam mais do que elogiam; quando protegem das dificuldades e não envolvem nas tarefas e responsabilidades domésticas; quando não sensibilizam para a bondade das brincadeiras com os outros e a interação com a Natureza, por exemplo.

Ou pode ter sido na escola, que, durante muito tempo, teve tendência para dar mais importância à razão do que à emoção. O propósito era transmitir e assimilar saberes. E os alunos procuravam saber a matéria para ter boas notas e passar de ano. Felizmente, nenhum de nós é só intelecto, e tampouco vivemos um conflito entre cérebro e coração, como se um apenas pensasse e o outro só sentisse.

Como poderás já ter concluído ou observado, se desenvolveste, desde a infância, as emoções, és sensível, alegras-te pelo bem que existe e pelo que fazes, preocupas-te com o mal que afeta os outros, sobretudo com o que causaste (logicamente, é e faz o contrário quem não as desenvolveu) e procuras soluções em vez de desistir.

A forma como dominas as tuas emoções contribui para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da tua personalidade. Para isso é fundamental que pratiques com frequência estes quatro exercícios: autoconhecimento, autodomínio, automotivação e solidariedade. E, para os praticar cada vez melhor, não deves hesitar em pedir ajuda e conselhos na família, escola, paróquia e aos amigos.

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