Personagens: Narrador, Ana, mãe, pai, Leonor, Matilde, Carolina e Gabriel
Narrador: Tudo começou numa manhã ensolarada…
Ana: Mãe, vou sair!
Mãe: Vais estar com as tuas amigas?
Ana: Mais logo. Agora, vou para o parque. Vou sentar-me na relva, junto da ponte. Tu sabes que gosto de escrever poesia.
Mãe: Tu e os teus versos de amor!
Pai: Em que sonhas encontrar o teu príncipe encantado!
Mãe: Lembra-te que só tens 13 anos.
Narrador: Caiu a tarde, e as amigas da Ana estranhavam a demora dela…
Leonor: Temos de a ir buscar ao seu mundo encantado.
Matilde: Deve estar a escrever poesia e esqueceu-se de nós.
Carolina: Olhem, vem lá! E vem acompanhada.
Ana: Amigas, apresento-lhes o Gabriel. Gabriel, apresento-te a Leonor, a Matilde e a Carolina.
Gabriel: Olá! Muito gosto.
Leonor (chamando a Ana à parte): Onde encontraste este príncipe encantado? Apareceu-te a cavalo?
Ana: Ah, ah, ah! Não! Ele tem uma bicicleta.
Matilde: Gabriel, não és daqui, pois não? Nunca te vi.
Carolina: Em que escola andas? Tu não és da nossa.
Gabriel: Eu desisti de estudar antes de completar o secundário.
Ana: Bem… Hoje, realmente, está um dia lindo... E como adoro a Natureza… e, claro, a companhia das minhas amigas…, que, por sinal, estão aqui (risos)… E tudo isso me inspira a escrever os meus poemas…
Gabriel: Tu escreves poemas?!... Deves ser muito inteligente.
Ana: Ah, não! Sou fraca escritora. Não passam de ideias parvas sobre o amor…
Leonor: Ana! O que se passa contigo? Ficaste estranha!
Ana: Hã?!... Nada! Tenho de ir para casa, fazer um recado aos meus pais. Adeus.
Gabriel: Voltaremos a ver-nos?
Matilde: Vimos a este parque todas as tardes.
Carolina: Mas a Ana gosta de estar no relvado, junto da ponte.
Narrador: Passado um mês…
Leonor: Andamos preocupadas contigo, Ana!
Ana: Porquê?
Matilde: Só pensas no Gabriel e passas pouco tempo connosco.
Carolina: E desceste as tuas notas.
Ana: Não quero que o Gabriel pense que sou muito inteligente e que, por isso, não vou querer andar com ele.
Leonor: Isso é uma total estupidez.
Matilde: Sim, é um erro parvo.
Carolina: Ouve o que os meus pais me dizem: «Não te diminuas para caber no mundo de alguém.»