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03 março 2021

Peregrinação papal ao Iraque

Tempo de leitura: 3 min
O Papa Francisco saudou a «Igreja mártir» do Iraque e pediu orações pelos bons frutos da histórica viagem apostólica ao país do Médio Oriente (5 a 8 de março)
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Um polícia iraquiano caminha ao lado de cartazes com a foto do Papa Francisco na Igreja Católica Caldeia de St. Joseph, no distrito de Karada, em Bagdad, no Iraque (Foto: Lusa).

O Papa Francisco saudou no Vaticano, nesta manhã de 3 de março, a «Igreja mártir» do Iraque, dois dias antes da sua histórica viagem ao país, a primeira de um pontífice.

«Depois de amanhã, se Deus quiser, irei ao Iraque, para uma peregrinação de três dias. Há muito tempo desejo encontrar-me com aquele povo, que sofreu tanto, encontrar-me com aquela Igreja mártir», disse o papa, no final da audiência geral que foi transmitida online, a partir da biblioteca do Palácio Apostólico.

O Santo Padre vai encontrar-se, entre 5 e 8 de março, com a comunidade cristã, responsáveis políticos e líderes de outras religiões, incluindo o grande aiatola Al-Sistani, maior figura do Islão xiita no Iraque.

A 33ª viagem apostólica internacional de Francisco, a primeira desde o início da pandemia, acontece a convite da República do Iraque e da Igreja Católica local, com passagens por Bagdade, Najaf, a planície de Ur – ligada à memória de Abraão –, Erbil, Mossul e Qaraqosh, na planície de Nínive.

«Na terra de Abraão, juntamente com outros líderes religiosos, daremos também um outro passo em frente na fraternidade entre os crentes», apontou.

Francisco pediu orações para que a viagem «possa decorrer da melhor forma possível e dar os frutos esperados».

«O povo iraquiano espera por nós, esperava por São João Paulo II, que foi impedido de ir. Não se pode desiludir um povo pela segunda vez», justificou, a respeito de uma visita que decorre em contexto de pandemia, com limitações à participação nos eventos, e com um forte aparato de segurança.

«Rezemos para que esta viagem lhes possa fazer bem», acrescentou.

Dos cerca de 1,5 milhões de cristãos que viviam no Iraque antes da segunda Guerra do Golfo, em 2003, estima-se que permaneçam 250 mil, uma diminuição de mais de 80%.

A partir de 2004 houve uma série de atentados contra igrejas cristãs, situação que se agravou em 2014, com os ataques do autodenominado Estado Islâmico.

Muitos cristãos procuraram refúgio no norte do país, habitado maioritariamente por população de etnia curda.

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