Actualidades
28 julho 2021

Memória e legado de Ezequiel Ramin

Tempo de leitura: 2 min
Os missionários combonianos e a Igreja local do Brasil organizaram celebrações e eventos para dar graças pela vida e missão do servo de Deus Ezequiel Ramin.
---

Os missionários combonianos do Brasil e a Igreja que caminha neste país celebraram durante uma semana a entrega e doação até o fim do servo de Deus, padre Ezequiel Ramin, no 36.o aniversário do martírio do missionário em Cacoal, na Amazónia.

Organizaram uma romaria, celebrações e eventos presenciais e online.  Nos dias 24 e 25 de Julho, foram celebradas duas missas de ação de graça na diocese de Ji-Paraná (RO). A do dia 24 foi realizada em Cacoal (RO) e a do dia 25 em Rondolândia (RO), onde Ezequiel foi martirizado.

Dom Roque Palosqui, arcebispo de Porto Velho (RO), falou sobre o legado do padre Ezequiel para a Igreja na Amazônia. “Ele abraçou aquilo que o Episcopado Latino Americano havia constatado em Medellín: a Igreja não podia ficar indiferente frente as injustiças sociais existentes na América Latina, que mantém os nossos povos numa dolorosa pobreza que em muitos casos chega a ser miséria humana”, afirmou.

“Fizemos memória e reavivamos o compromisso da Igreja local unida as muitas comunidades do Brasil inteiro que lembram, celebram, renovam e recordam o compromisso martirial de Ezequiel por vida plena, terra, teto, trabalho e por uma natureza que tenha a floresta em pé e abundância e partilha para todos”, disse o padre Dário Bossi, coordenador dos missionários combonianos no Brasil.

Para o padre Dário Bossi celebrar a memória do padre Ezequiel significa – junto com o Papa Francisco e com a Igreja da Pan-Amazónia –, escutar o grito da terra e o grito dos pobres. “Devemos com esse compromisso de Ezequiel, com os mais pobres, renovar essa aliança entre os povos da terra e a criação assim como o Papa Francisco – na Laudato Si  – nos pede”, sublinhou.

O padre Ezequiel, missionário comboniano, nasceu em Pádua, na Itália, em 1953 e chegou ao Brasil em 1983, na diocese de Ji Paraná. Na região, encontrou uma acentuada situação de desigualdade social decorrente da ausência de reforma agrária e uso da violência pelos grandes latifundiários, que grilavam terras para ampliar suas propriedades. O missionário colocou-se então ao lado dos indígenas e pequenos trabalhadores rurais na luta pelo direito à terra, ao trabalho e à vida digna.

No dia 24 de julho de 1985, Ezequiel foi brutalmente assassinado quando voltava de uma missão de paz na Fazenda Catuva.

Partilhar
Newsletter

Receba as nossas notícias no seu e-mail