Redescobrir Deus nas cidades
Esta obra, que corresponde aos Exercícios Espirituais que Bernardo Gianni pregou ao papa e à Cúria Romana em 2019, convida o leitor a percorrer um caminho interior através da representação da cidade de Florença. Esta surge neste livro como uma metáfora para todas as outras cidades do mundo e, até, para todo o tipo de viagens internas que cada um terá de fazer no decorrer da sua vida.
Florença é, para o autor, um espelho de todos os lugares exteriores e interiores do mundo. Há uma luz acesa nas palavras do autor aquando da reflexão sobre esta cidade e sobre a ponte interior que nos permite percorrer. Bernardo Gianni, abade do Mosteiro de San Miniato al Monte de Florença, afigura-se-nos como um rosto espiritual bastante relevante no contexto italiano. Tendo renovado a comunidade monástica da sua cidade, tornou-a um ponto de referência de acolhimento espiritual.
Para o autor, Florença tem múltiplos sinónimos: o da santidade, o da alegria, o da beleza e o da universalidade. De acordo com a sua opinião, todas as cidades (e não apenas a que protagoniza esta obra) deverão revelar-se experiência de graça. Enquanto lemos as meditações que compõem estas páginas, compreendemos que Gianni tem como referência as palavras do político Giorgio La Pira e do poeta e dramaturgo Mario Luzi.
Os «desejos ardentes» que podemos encontrar logo no título e, também, dentro da própria obra, referem-se ao que sentimos quando pretendemos encontrar-nos com Deus. Relacionam-se com o fogo bom que nos faz procurar Aquele que nos ama e que sustenta a nossa fé.
Na realidade, as cidades que integram o globo são inibidoras da luz e, com a sombra e as distracções que nos oferecem, não nos permitem alcançar o Céu. Assim, e conforme vamos bebendo das palavras do autor, compreendemos que temos de tornar as cidades «lugares ardentes de amor, de paz e de justiça».
Jesus vem lançar o fogo do espírito sobre nós, estejamos onde estivermos. No entanto, se não cuidarmos dele, transformar-se-á em brasa e, inevitavelmente, apagar-se-á. É isto que é urgente contrariar e é nisto que Bernardo Gianni nos faz reflectir.
O leitor é convidado a pensar sobre a sua vida e sobre todas as suas dimensões, optando sempre por ser portador de uma mensagem de esperança e de alegria.
Gianni diz-nos que «devemos olhar para a realidade sem sonhar cidades ideais ou utopias». A nossa existência transfigura-se numa tentativa de alívio para as «feridas das cidades do mundo». Temos essa responsabilidade como cristãos, como cidadãos integrantes de uma sociedade, como pessoas.
Em conclusão, seremos sempre chamados a mudar o lugar onde nos encontramos com aquilo que tivermos ao nosso dispor. Somos responsáveis por tornar as cidades do mundo e todos os lugares por nós habitados «berços de caridade.»
Título: «A Cidade dos Desejos Ardentes»
Autor: Bernardo Gianni
Editor: Paulinas | www.paulinas.pt | Tel. 219 405 640
O dom parece condenado à irrelevância na sociedade actual, não obstante, manifesta-se de maneira discreta. O perdão é banalizado, mas constitui a única atitude capaz de alicerçar as relações humanas. E os dois são possíveis com a compaixão, que transforma radicalmente as relações interpessoais, sociais, políticas e económicas.
Título: Dom e Perdão – Por uma ética da compaixão
Autor: Enzo Bianchi
Editora: Editorial A.O. | Tel. 253 689 443
No seu mais recente livro, o biólogo italiano Stefano Mancuso decidiu dar voz às plantas e escreveu a primeira constituição dessa que é a nação mais importante e poderosa do mundo. São as plantas que tornam a Terra naquilo que conhecemos dela e, por isso, é do nosso interesse zelar pelo continuado bem-estar desta nação.
Título: A Nação das Plantas
Autor: Stefano Mancuso
Editora: Pergaminho | Tel. 21 762 60 00
