A obra A Arte de Viver em Deus, da autoria de Timothy Radcliffe, constitui-se como uma profunda e excepcional reflexão sobre as várias dimensões da existência humana e sobre o impacto do Cristianismo (e da fé) no quotidiano de cada um de nós.
Ao redigir o prefácio, José Frazão Correia, recorrendo a palavras lúcidas e claras, levanta o véu sobre a reflexão que será feita, posteriormente, pela mão de Radcliffe. José Frazão Correia diz-nos que devemos deixar de ser espectadores da vida e optar por assumi-la como uma surpreendente e arrebatadora aventura. A fé cristã torna-se, assim, como configuradora da vida, ainda que depare com a própria morte.
Timothy Radcliffe alerta o leitor para a necessidade de dizer «sim» à vida, de a receber como quem se deslumbra com um poema ou com a música, com a sensibilidade de quem sabe comover-se com a Natureza. O autor embarca na missão de nos retirar da superficialidade em que vivemos. E, deste modo, em vez de nos chamar à razão, chama-nos à fé. Tenta que nos empenhemos em praticar os mistérios cristãos no nosso dia-a-dia, para que compreendamos que a fé cristã não se demite nem se separa dos desafios que surgem em cada momento.
A obra está dividida em três partes principais: viajar, ensinar e a vida ressurgida. Ao longo destas páginas debruça-se sobre questões relevantíssimas tanto em termos de fé como em termos de reflexão sobre o sentido da existência humana: o perdão, o amor, as dificuldades ou a morte. Explica-nos que a fé e a doutrina da Igreja não poderão ser entendidas como redutoras da nossa liberdade, mas, ao invés, potenciadoras e impulsionadoras. Citando as suas próprias palavras: «libertam a mente e o coração».
Radcliffe mergulha nas maiores inquietações humanas, deixando sempre uma ponte que é preciso ousar percorrer. Segundo o autor, precisamos de saber quem somos, de nos aceitar profundamente, para que não tenhamos a tentação de odiar pessoas que tenham as características que reconhecemos em nós como menos boas. Na verdade, vamos sendo convidados a reflectir sobre as nossas características, as nossas capacidades crítica e criativa; sobre a forma como rezamos; sobre a forma como poderíamos arriscar ver o mundo e os outros com melhores olhos, se assim quiséssemos. Utilizando uma linguagem clara, simples e, ao mesmo tempo, rica e densa, o autor consegue criar uma imediata empatia com o leitor.
Em conclusão, esta obra oferece espaço e tempo para que o leitor possa pensar sobre o exemplo de Jesus como uma catapulta para melhorar a sua própria vida, e sobre o mundo como um lugar que deve potenciar a vida e um arder de alma que só podem ter aqueles que acreditam em Deus.
Título: A Arte de Viver em Deus
Autor: Timothy Radcliffe
Editor: Paulinas
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Título: «O Mundo e a Igreja. Que Futuro?»
Autor: Anselmo Borges
Editora: Gradiva
www.gradiva.pt | Tel.: 213 933 760
O futuro do mundo e da Igreja e o que fazer para que seja melhor. Após a pandemia, voltar ao dantes será caminhar de crise em crise em todos os sentidos. A razão sensível abre caminhos novos, defende o padre da Sociedade Missionária Portuguesa e docente universitário.
Título: «A Comunicação da Igreja é um Encontro»
Autor: Pedro Guimarães
Editora: Paulus
www.paulus.pt | Tel.: 219 488 870
A redescoberta da comunidade cristã como lugar de encontro na sociedade da informação. A cultura do encontro como regresso ao essencial, o desencontro nos nossos dias e a comunidade comunicativa pelo teólogo e conselheiro provincial da Província Portuguesa da Congregação da Missão.
