A decisão foi tomada depois de se confirmar que a doença já tinha chegado à cidade mais povoada e estratégica de todas as afectadas até agora, e que estará a 20 quilómetros da fronteira com o Ruanda, o que aumenta o risco de uma propagação da epidemia na África Central.
O comité tem a missão de fazer uma recomendação formal ao director-geral da OMS, se é para manter o nível de alerta actual ou se será para elevá-lo, declarando emergência sanitária internacional, face à crise do surto da febre hemorrágica, que já provocou 1665 mortos, 12 novos casos a cada dia, desde Agosto de 2018, quando foi declarado.
«A recomendação deverá ser conhecida à noite», indica o porta-voz da OMS, Fadela Chaib, referindo-se ao dia 17 de Julho. Até agora, o Comité de Emergência tinha considerado que a situação não reunia os critérios para ser considerada uma situação de emergência sanitária de alcance internacional, mas é possível que, face aos últimos acontecimentos, mude de opinião. Uma decisão deste tipo tem duras consequências para o país, que de certa forma entra num período de isolamento internacional.
Sobre os riscos que agora correm os vizinhos da RD Congo, Fadela Chaib diz que há um plano completo de preparação destes países para enfrentar a crise do Ébola, que está a ser implementado em nove países da região. A UNICEF também confirma que o surto de Ébola está a afectar mais crianças que em epidemias anteriores, representando estas já 31% dos infectados, o que compara com os 20% no passado.
É a primeira vez que uma epidemia de Ébola é declarada numa zona de conflito, já que no Nordeste da RD Congo existe uma centena de grupos armados, o que leva à deslocação contínua de centenas de milhares de pessoas que podem ter estado em contacto com o vírus.